sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Na Amazonas









Hoje em sonho Minha Infância me visitou:
Meu peito gritou, minhas pernas correram, eu queria abraçá-la.
Minha infância trazia um cigarro entre os dedos
E um ar arrogante por estar jovem.

Minha Infância me fez chorar quando amanheceu hoje.
Minha infância foi rude e fria.
Fez-me não saber por que ou a quem pertenço:
Sem pátria me deixou a Minha Infância.

Observei a Minha Infância
Esperando o terno olhar, a voz rouca e a sabedoria,
Porém  Minha Infância não olhou para mim,
Passou, pôs o seu anel esmeralda no dedo médio da mão que não segurei e partiu.

Partiu como quem não volta.
Minha Infância estava sentada na Fruta de Ouro de Oitenta;
Estava, hoje em meus sonhos, com uma aura obscura causada pelo passado perdido para a bruxa, a Vassoura da Bruxa.
Aliou-se ao passado remoto uma vez apagado, que está vivo, mas que quero matar.

Minha Infância não se importava por eu não conseguir lembrar-me de suas feições.
Minha Infância destruiu-me em sonhos hoje.
Hoje Minha Infância me fez chorar como nunca imaginei.

Fabrício Caetano - 2012-11-16

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sem título, sem saber.




Vejo o sonho dos  loucos,
O desespero da mãe mente;
Vejo mais um náufrago e
O acompanho.

Buscando a Terra, vejo o Sol e o seu deitar-se;
Caindo em mim, sinto que posso controlar
A naturalidade, é quando se faz presente o engano.
Já não sei o rumo do simples.

Minha fragilidade bruta assusta.
O teor dos olhares são pesados e doces,
Dos que confundem ao fixarem-se um no outro
E deslizarem, suaves, à Lua que chega.

As palavras ditas-escritas me impulsionam
Sem antes ter pensamento; conclusão mal formada.
Ares de abandono e surpresa me tomam.
A juventude alheia decrépita-me.


Fabrício Caetano 2012, Setembro, 21.
Foto: Fabrício Caetano

domingo, 16 de setembro de 2012

Era o caos





A confusão instalada
De caráter renovador a partir
Da destruição,
Absorve-me.

Secando o rosto com a atenção
De um incógnita alfa,
Enchendo meus olhos
Com a juventude intacta
Do errate com ou sem sentimentos.

Quando diante do impasse pessoal,
Me vi justo e despido de mim,
A favor de uma relação íntima
De pureza e amor-perfeito.

A reclusão abraça-me docemente,
Relaxando cada linha do cérebro.
Reagindo a isso, meu corpo se mantém
Ileso e minha mente sóbria:
Sóbria de outros.

Fabrício Vunjão Caetano - 14.09.2012
Imagem: Sturman

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Do alto, numa noite, no frio.



Há introspecção presente em mim.
Desordem em minha mente.
Confusão na qual eu me deito
Esperando por uma renovação

Enquanto me deleito no som
Denso-tétrico da minha sombra
Minha parte fria canta em silencio.
O céu está cinza, cinza do dia anterior.



Fabrício Caetano, 07 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O inicio do que é fim



 


Nessa época me vejo longe da palavra

Estou doente de bloqueio

Estou desintegrado, velho, duro.


Esperando pela mesma água do mesmo rio

Mais uma vez no tempo.

Da sensação de repetição

A lição é notar o sol se pondo e não queimando.


Queria  a leveza,

Queria polir o desejo

Queria abandonar o medo

Queria desistir do apego a tudo.


E cair, livre

E leve.

Fabrício Caetano, 06 de Junho de 2012


quinta-feira, 15 de março de 2012

Poema do Retorno


Os dias do 'sol maior' estão passando:
Os dias de presença se vão,
Os de ausência ficam.
Sonhos que não; Mas - podem morrer.

Vejo o abismo da confusão instalada entre os meus entes queridos,
meus parentes perdidos, meus velhos amigos.

Essas nuvens cor-de-rosa de horizonte
Tocam suavemente os corpos, avisando-nos da linda dor
vermelha-de-solidão-e-excelência.

Na era fugaz da facilidade do ver, ouvir,
Nada fica quando chega a noite ou não se é ouvido.
-Na verdade da verdade não há uma só.

Restam pensamentos densos, e
Em tardes tão amarelas-vazias-do-calor, se fazem presentes
o cotidiano e a não-inspiração.

O duelo de Ser e Estar é caótico;
Vida bruta de sons e des-prazeres

O rio ainda pode correr.
- Para onde?

Fabrício Caetano Em 15/03/2012

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Do gelo e do passado




A idéia foi concretizada

E mitificada durante os dias....


Os ventos uivantes da terra distante

Fizeram os momentos amarelarem-se

Em busca dos devaneios.


Quando a brisa veio até mim

E cortou bruscamente os tons do meu rosto

Foram sentidas dores de encontros passados.


Uni-me ao balanço dos loucos.

Desde então as vistas cresceram,

Os espaços brincaram e sons pararam.


- A música já existia!


Ali. Guardada debaixo da

Árvore dourada de sinais de sol

E me apanhava maternalmente.


As guerras não alcançavam o externo

E os meios vivos já não tão vivos vibraram.

- União perfeito-estranha de frio para frio.


Fabrício Caetano

19 – setembro de 2011

Foto : Fabrício Caetano