segunda-feira, 29 de março de 2010

E as folhas?


No meio do caminho de pedras
tudo se tornava lento e irreal
Mas podia-se perceber a imensidão
Dos tons e da altivez dos sons.

Indivíduos que encenam
Verdadeiramente uma própria vida;
Todos são envoltos e fazem parte
Da peça de teatro decorada
Com Cortinas Pretas.

Cortinas Pretas e árvores
Com folhas mais verdes do que sempre.

Alvos almejados são só alvos;
- Melhor que o pote de ouro
É o percurso pelo Arco-íris.

Fabrício van Giersbergen

Mutação


A beleza das momentos
Não tem valor, nem aproximação;
É quadro, é tela.
É uma antiga era.

Cenas de intocável majestade;
Variações de cor e vibração
Claros e escuros que se envolvem;
É natureza.

Enseada que me encanta;
- Vida que eu quero!
Vida que mudou.
Tapei uma parte , agora chega o sol.

Mais um.
Já houveram outros sóis.
O brilho se faz presente, tudo é Ouro

Fabrício van Giersbergen.

Desequilíbrio


Parava desordenado e ansioso.
Necessitava de líquido vital:
Seiva, bruta e recarregada
Mel de Perfeição

Tremem as pernas e me perco.
Não sei onde ir, realmente me perco.
Caminho em voltas, vejo tudo lentamente
Como mente em alta rotatividade.

Perco o trem da cidade natal.
Lanço-me na incerteza da vida.
- Sem papel e sem papel!
Sobrevivente e anunciando o 4º Ser.

Alerto-me de alguns desgastes
Para que sinta força e me encontre
No futuro.
- Te vejo, agora não te vejo mais.

Fabrício van Giersbergen

O Cão


O Cão lindo de pequenas formas
A beleza revelada na espontaneidade
Que é permitida pela beleza
Aos que pouco possuem.

Lisas e enroladas formas
Que se deixaram ir pelos caminhos do estilo.
A presença, a respiração
Máxima do cosmo, do Ser.

Um sorriso de fogo
Que abraça e se faz desejado;
Linha ereta de puro garbo
Um Comportamento leve de clareza.

Venha, foi assim antes;
Não vá demorar até que
Os filhos de Marte se
Unam outra vez.


Fabrício van Giersbergen

domingo, 28 de março de 2010

Corpo, desprendimento


Minha cara de matéria
Se foi quando minha mente
Se tornou o guia da expedição
Da noite, 2/4 de noite.

Reações inconvenientes;
Inovações sensoriais que me
Permitiram conhecer o Self
Como ele é!

Onde enterraram minha língua?
Só sinto, cheiro, escuto e vejo;
- Vejo muito!
Desordenadamente claro!

Esses foram os
Quatro seres viventes:
O Leão, a Águia, o Touro e
O Ser Humano.

Fabrício van Giersbergen

sábado, 27 de março de 2010

O Lago - O Porto


Tráfego, carros que escorregam
Por entre as ruas mais claras
Do Mundo
Se movem em lenta dissimulação

Encontro com a exaustão
De ansiedade e arrependimento
Mar! Água!
Onde estão os outros?

[...] Eu sei muito pouco
Mas tenho a meu favor tudo que não sei [...]
Vai ser fácil, desprenda-se!
Respire e inspire, não é ainda
O fim de Mundo.

Fabrício van Giersbergen

sexta-feira, 26 de março de 2010

Eu em Pés de Ícaro


- Minha pele se desfaz
Quebrando regras de comodismo
Parasitismo e incapacidade;
Realização da emoção

Peito apertado querendo voar
Pernas que tem Parte de Ícaro;
A porção alada é convidada
A se fazer presente

Descendo a rua do desapego
Sinto a liberação pulsante dos meus sentidos.
Não só.

Repleto de vontades
Porém realizado por estar vendo
O Sol tão de perto
Vida incrível, cansaço.

Fabrício van Giersbergen

Recém Nascido


Quero os meus
Quero os meus perto de mim.
Onde há muita excitação
Habita a relva mais profunda e escura

Minha liberdade foi cortada
Antes de acordar
Pelas linhas imaginárias;
Liberte-me!
Leve-me!

O caminho se fez claro
Três dimensões se instalam diante
De meus olhos abertos
E incrivelmente curiosos.

Sons de compatibilidade
Me deixam extasiado:
- Humanos-Humanos!
Vivos e capazes.

Complicados
Como abrir a página,
A primeira página de um livro.

Fabrício Caetano - 2010

E no parque...


No parque todos são e eram
No parque as folhas caem audívelmente
Num barulho estarrecedor
- Posso ser um com eles!

Desordenados, meus músculos seguem
Numa viela incandescente;
Sinto minha alma crescer e voar
- E onde pára?

Onde e quando?
Não me responda, nunca.
Isso não é ilusão;
Será que eles sabem? - E se souberem...

Não há problema com a Fita Preta
Quando todos conseguem vê-la;
Instantâneo foi.
- Espírito, emoção e corpo em desintegração.

Fabrício van Giersbergen

Não era pra acontecer


Madrugada;
Uma parte e meia do começo
Uma experiência, uma morte
Foi aberto o olho sensitivo

Num ponto geográfico
Recém descoberto a vida
Se fez espetacular e
Dinamicamente impressionante

Ilusões ou realizações de
Uma mente capaz
Porém adormecida;
- Luzes acesas

A inconstância
Se desfez eternamente
Em algumas horas
Passagem, Portas Abertas.

Fabrício van Giersbergen