segunda-feira, 28 de março de 2011

Mãos



Eu gosto dos teus pêssegos.

Sinto que a humanidade deveria ter

Uma sensibilidade tão alta

Quanto à dos teus lábios


Não há comparação.

É terno e hipnotizador

O tom que eles têm

E digno de doce contemplação.


Um suave pousar de inseto na flor

Torna-se catastrófico.

É o sutil bater das asas do beija-flor;

Quem olha não vê.


Aquele que toca

É recebedor da graça

Regozijante e ardente

Da pele suave de tua fruta.


Fabrício Caetano, 23 de Julho de 2010

sábado, 19 de março de 2011

Um dos vértices


Minhas rimas e tragos

Não são mesmo os mesmos

Desde que o inicio do “fim” começou.


São muitas pérolas

Para apenas uma ostra.

Que seja esse então o momento.


Vejo que pessoas

São erradamente tidas como vítimas

Do Eu - Ego, meu ego.


“O que mata um homem

São as certezas e não as dúvidas”


Percebo que é necessária

A compreensão do direito

À individualidade.


- Japanese way of life:

Silêncio, respeito.

Fabrício Caetano, 18 de fevereiro 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ao Nicanor


Nos rios laboriosos de outrem eu naveguei

Nos olhos lindos de outrem eu enxerguei

Nos laços fracos de outrem eu me tranquei

Nos lábios lascivos de outrem eu me beijei;


Em outros olhos agora vejo

Em outros lábios agora beijo

Em outros rios agora me afogo

Em outras ruas agora por ti eu rogo.


Por teus óculos ainda verei

Por teus fios ainda dançarei meus dedos

Por teus pelos ainda criarei caminhos

Por tuas lentes ainda lerei os pergaminhos


Por tuas ruas do nada vieste

Por tuas palavras nada disseste

Por tua alma nada perguntaste

Por teus braços nada trouxeste.

Fabrício Caetano 24.12.10