quarta-feira, 16 de março de 2011

Ao Nicanor


Nos rios laboriosos de outrem eu naveguei

Nos olhos lindos de outrem eu enxerguei

Nos laços fracos de outrem eu me tranquei

Nos lábios lascivos de outrem eu me beijei;


Em outros olhos agora vejo

Em outros lábios agora beijo

Em outros rios agora me afogo

Em outras ruas agora por ti eu rogo.


Por teus óculos ainda verei

Por teus fios ainda dançarei meus dedos

Por teus pelos ainda criarei caminhos

Por tuas lentes ainda lerei os pergaminhos


Por tuas ruas do nada vieste

Por tuas palavras nada disseste

Por tua alma nada perguntaste

Por teus braços nada trouxeste.

Fabrício Caetano 24.12.10

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