sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Na Amazonas









Hoje em sonho Minha Infância me visitou:
Meu peito gritou, minhas pernas correram, eu queria abraçá-la.
Minha infância trazia um cigarro entre os dedos
E um ar arrogante por estar jovem.

Minha Infância me fez chorar quando amanheceu hoje.
Minha infância foi rude e fria.
Fez-me não saber por que ou a quem pertenço:
Sem pátria me deixou a Minha Infância.

Observei a Minha Infância
Esperando o terno olhar, a voz rouca e a sabedoria,
Porém  Minha Infância não olhou para mim,
Passou, pôs o seu anel esmeralda no dedo médio da mão que não segurei e partiu.

Partiu como quem não volta.
Minha Infância estava sentada na Fruta de Ouro de Oitenta;
Estava, hoje em meus sonhos, com uma aura obscura causada pelo passado perdido para a bruxa, a Vassoura da Bruxa.
Aliou-se ao passado remoto uma vez apagado, que está vivo, mas que quero matar.

Minha Infância não se importava por eu não conseguir lembrar-me de suas feições.
Minha Infância destruiu-me em sonhos hoje.
Hoje Minha Infância me fez chorar como nunca imaginei.

Fabrício Caetano - 2012-11-16

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